O sistema é democrático, dizem,
mas quem decide é o dinheiro,
o poder escondido nas sombras,
com promessas vazias, de ouro e ferro.

O homem troca o amor, o respeito,
por moedas que brilham e corrompem,
como Judas, que beijou a mão do mestre,
em troca de prata, a alma se perde.

Na praça, o povo clama por liberdade,
mas é o bolso que dita as escolhas,
e a justiça se cala, engolida pela vaidade,
enquanto a verdade se esconde nas trocas sujas.

E Jesus, de olhos tristes, observa,
vendo o homem vender seu valor por migalhas,
mas a cruz será sempre a lembrança viva:
não se compra a alma, mesmo com mil moedas de prata.

Mas o espírito, quando se liberta,
grita mais forte que o ouro que apaga,
e, na escuridão, renasce a chama,
pois há mais no coração do homem do que nas mãos do sistema.