O amor é feito de dor, e a dor é feita de amor,
duas faces de uma mesma moeda que nunca cai no chão.
Em cada abraço, há uma saudade,
em cada sorriso, uma lágrima esquecida.

Amar é carregar no peito um fogo que arde,
mas também é se perder nas sombras que ele cria.
É a dor de não ser inteiro, de ser um em dois,
de buscar a felicidade sabendo que ela é fugaz.

O amor nos faz voar, mas também nos arrasta para o fundo,
ele nos dá a leveza, mas também o peso.
É como o vento que acaricia e, ao mesmo tempo, destrói,
como as ondas que nos afagam e nos engolem, sem pedir permissão.

E ainda assim, amamos.
Porque é na dor que encontramos a verdade do sentir,
é no amor que buscamos a cura,
e, apesar de tudo, somos feitos para amar,
mesmo que a dor seja nossa companhia constante.

Entre a dor e o amor, escolhemos viver,
com os olhos marejados de ambos os sentimentos,
porque talvez seja assim que se constrói a verdadeira intensidade,
onde a dor não apaga o amor, e o amor não apaga a dor.