Prisioneiro de Ecos
Dedicatória:
"Este poema é inspirado no meu pai, que enfrenta a esquizofrenia com uma coragem invisível aos olhos do mundo. Uma batalha silenciosa contra um sofrimento imaginário, mas tão real. Que estas palavras sejam um abraço para ele e para todos que lutam contra as sombras que ninguém vê."
Há vozes no vento que só eu escuto,
sussurram segredos que nunca entendi.
Olhos me seguem nas sombras do escuro,
e o mundo que era meu já não mora aqui.
As ruas deformam, os rostos se viram,
sorrisos são garras, ternura é um véu.
Cada reflexo que antes me via
agora me olha de dentro do breu.
Me dizem que nada disso é real,
mas como ignorar o que vive em mim?
Se o medo me veste, me prende, me cala,
se a fuga é um ciclo sem ter um fim.
Eu só queria o silêncio de volta,
o riso sem peso, o dia sem dor.
Mas sou refém de um algo sem nome,
perdido em labirintos dentro de mim.
Se alguém me ouve, segure minha mão,
antes que eu me afogue no que não se vê.
Quero voltar, mas não sei o caminho,
e grito em silêncio pra não me perder.
Edna Maria
Enviado por Edna Maria em 11/03/2025
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