Metade de Mim
Já não sou criança, mas o mundo insiste,
Em me contar histórias que já não existem.
Me dizem "cresça", me pedem "espere",
Mas dentro de mim tudo arde e ferve.
Sou alto demais para caber no passado,
Mas pequeno demais para segurar o fardo.
A infância acena de longe, quase um sussurro,
O futuro grita, mas parece um muro.
Tenho voz, mas não me escutam,
Tenho sonhos, mas riem de mim.
Dizem que é fase, que logo passa,
Mas e se eu for apenas assim?
O espelho reflete um rosto mudado,
Metade criança, metade em pedaços.
O medo de ir, o medo de ficar,
E essa ânsia louca de me encontrar.
Me dizem que o tempo ajeita tudo,
Mas o tempo não espera ninguém.
Então sigo errando, chorando, amando,
E me tornando o que vem além.
Edna Maria
Enviado por Edna Maria em 12/03/2025
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