Estou em prantos, em cacos, em ruínas,
mas nem sei bem por quê.
O mundo pesa com suas esquinas
frias demais pra me reconhecer.
Me sinto um nome rabiscado,
um eco que ninguém ouviu.
Fraude, talvez? Ou só um fardo
nesse cenário tão hostil?
Gritam do alto: “Seja forte!”
Mas que força tem quem se partiu?
Quem ainda crê na lealdade,
quando o amor já se despiu?
Estou em pratos, quebrada e nua,
mas se há estilhaços, houve luz.
E mesmo quando a alma flutua,
é na queda que a vida reluz.