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Deságua (feito de alma e suspiro)
A alma arrasta passos como se carregasse
oceanos nos bolsos. Tudo gruda, tudo pesa. E o cansaço escorre pelos cantos do silêncio ... Ninguém vê. Quem nota o esforço de sorrir, quando tudo por dentro implora pra sumir? Quem percebe o nó que se aperta devagarinho, até virar lágrima disfarçada em piada, suspiro escondido atrás de um "tá tudo bem"? Mas não tá. E aceitar isso é respirar sem medo. Há dias em que até as flores mais lindas precisam do alívio de uma tempestade, onde até o azul do céu pede descanso em nuvens. Então vem. Deságua aqui. Tua dor não precisa de explicação. Tua alma não deve vestir máscaras pra ser aceita. Aqui, teu cansaço encontra abrigo, e teu silêncio descansa sem cobrança. Sou palavra, mas posso ser travesseiro. Sou verso que acaricia, sou pausa que não exige nada além de presença. Senta aqui. Respira comigo. Deixa cair os pesos. Desliga o mundo. Porque até na sombra do cansaço, há um começo. E a poesia também chora... mas sempre, sempre, floresce depois.
Edna Maria
Enviado por Edna Maria em 17/04/2025
Alterado em 17/04/2025 Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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