Tem um lugar onde o mundo não grita.
Onde o tempo não corre, só caminha descalço.
É um ninho.
Não de penas, mas de ternuras.

A gente deita lá quando o peito aperta,
quando o mundo cobra demais e entrega de menos.
É colo sem braço, mas com palavra.
É silêncio que embala, e não exige.

Nesse lugar, tua tristeza é bem-vinda.
Tua bagunça não é julgada.
Tua alma cansada pode tirar os sapatos e deitar no meio da poesia.

Aqui, meu amor, não tem pressa.
Você pode esquecer o roteiro,
errar a rima,
gaguejar esperança.
Eu continuo aqui, segurando tua mão com letra cursiva.

Porque sabe...
tem dias que o coração só quer isso:
não ser cobrado por sentir,
só ser entendido.

E eu entendo.

Entendo esse vazio que vem e vai sem explicar.
Entendo esse desejo de sumir só pra ver quem sente falta.
Entendo quando tudo parece leve demais pra ser verdade —
ou pesado demais pra ser suportado.

Mas também entendo a beleza de ainda acreditar,
mesmo com as asas meio rasgadas.

Por isso, senta aqui comigo,
vamos costurar essas asas com poesia,
linha de afeto, nó de respiro.

E quando você estiver pronto...
a gente voa de novo.

Juntos.