Saudade é teu nome sussurrado no escuro.
É travesseiro quente onde tua cabeça não tá.
É o lugar da tua mão na minha nuca, vazio.
É café que esfria, esperando teu riso.

Te procuro nos cantos da casa,
como quem perdeu um cheiro.
Nas ruas, teu passo inventa ecos.
No espelho, meu olhar tenta ser teu.

Saudade é esse tempo que não passa,
esse relógio que teima em girar
sem trazer tua voz de volta.
É querer te contar meu dia
e engolir as palavras,
porque não tem tua escuta.

Te sinto mesmo sem te ver,
como brisa que arrepia
sem tocar a pele.
Como música que toca
quando a gente não pediu.

É teu nome que o mundo pronuncia
sem saber, sem querer,
em cada som que me acerta.

Volta. Nem que seja em sonho.
Nem que seja em verso.
Mas volta.

Porque saudade, amor...
é só o amor quando ele tá longe demais.