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Teus Céus em Mim
Chegaste como quem invade o ar —
sem pedir, sem prometer pouso. Me fiz pista, asa aberta, céu noturno. Tua boca, vendaval. Teus dedos, aves migratórias que souberam exatamente onde pousar. Fomos voo curto, mas intenso como raio que rasga nuvem. Em mim, teus trovões ainda ecoam. Minha pele guarda a trilha do teu trajeto breve. Te tive ali, entre o tempo e o tropeço. Corpos colidindo como astros que não se encontram mais. E agora, só restam os rastros: um calor que insiste em não partir, um perfume no lençol, um sussurro preso no céu da boca. Volto pro meu chão, mas com o corpo ainda suspenso, levemente fora de mim. Porque amar-te assim tão rápido, tão inteiro é como voar sabendo que vai cair, e ainda assim abrir as asas só pra sentir o vento te atravessar.
Edna Maria
Enviado por Edna Maria em 01/05/2025
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