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Quando um ser nasce em mim
Foi no silêncio que tudo começou —
um sopro, um brilho, um segredo entre carne e céu. Ali, sem anúncio, a vida se deitou dentro de mim… e fez morada. Fecundei mais que um corpo. Fecundei um sonho. Um gesto de amor tão fundo que me redesenhou. Meu ventre — se fez casa. Meu tempo — se fez outro. Meus dias — se tornaram eternidade em construção. Entrega… de ser ponte, de ser chão, de ser céu quando o medo se ergue. Sim, houve medo. Houve noites em que abracei a dúvida, como quem embala um filho invisível. E se eu não souber? E se meu amor não bastar? Mas bastou. Porque amar é ser raiz e ao mesmo tempo, vento. É ensinar não com palavras, mas com o gesto lento de quem cuida, de quem espera, de quem se refaz. E ser amado… Ah… ser amado é descobrir-se inteira no reflexo dos olhos pequenos que me escolheram. Sou mãe. Sou um lugar onde a vida mora. Sou esperança que caminha, sou abraço que nunca se demora. Na expectativa do que virá, na poesia do que já foi, sou — para sempre — a poesia de um outro ser.
Edna Maria
Enviado por Edna Maria em 11/05/2025
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