Edna Maria

 

"À Flor da Pele."



Textos

RASTROS DO VOO (em resposta a “Asas da Ausência” de Altair Maciel)
Não me espanta tua rota errante,
nem teu norte desfeito no sopro do tempo.
Eu também sou ave em brasa,
com asas feitas de promessas não cumpridas.

Tuas montanhas? Eu as nomeei em silêncio.
Teus vales? Já os reguei com lágrimas de neblina.
Voamos diferentes, mas nos cruzamos
no mesmo firmamento de incerteza.

Eu sou o eco do teu voo,
a trilha deixada no vento que passaste.
E quando tua ausência dança,
a minha se curva num gesto de saudade.

Não volto por obrigação — volto por instinto.
Não pouso em ninho alheio — crio o meu,
com penas arrancadas da própria coragem.

E se um dia nos encontrarmos
na dobra do mesmo infinito,
que seja sem pressa, sem medo,
com os corações desamarrados
e as cicatrizes transformadas em mapa.

Porque somos feitos de ausência e presença,
de partida e retorno,
de céu aberto e chão imaginado.
E nesse voo sem fim, meu irmão de asas,
a poesia é o abrigo.

Só agradeço quando encontro palavras que despertam o desejo de escrever, e as letras se juntam formando palavras e construindo frases que criam sentido.  E você despertou meu sentir https://www.recantodasletras.com.br/poesias-de-desilusao/8331446
Edna Maria e Altair Maciel https://www.recantodasletras.com.br/poesias-de-desilusao/8331446
Enviado por Edna Maria em 13/05/2025
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