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EU SOU
Eu sou o vinho que desce quente,
te queima a garganta e te faz pedir mais. Sou a sede que te acorda no meio da noite, com a boca seca do meu nome. Sou a língua que não fala — invade. Sou a pele que te arrepia sem toque. Quando me imaginas, teu corpo já treme, porque sabes que comigo, não há volta. Minha voz é um sussurro molhado no teu ouvido, te dizendo o que fazer sem dizer nada. Meus olhos te despem no meio da rua, e teus instintos se ajoelham sem saber por quê. Eu sou o sim que grita no teu não. O cheiro que fica mesmo depois do banho. A mão que aperta tua alma e faz teu corpo dançar conforme minha febre. Sou ausência que morde, presença que marca. Sou a promessa entreaberta na tua cama, o lençol revirado das tuas vontades. Sou tua fome — e teu castigo. Se me desejas, vem inteiro. Nada de metades, nada de ensaio. Me toma sem dó, ou sai do caminho. Porque eu não me dou. Eu devoro.
Edna Maria
Enviado por Edna Maria em 18/05/2025
Alterado em 18/05/2025 Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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