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Meu nome!
Meu nome!
é cicatriz e brilho, é herança de reza e açoite, é búzio que sussurra quem eu sou, mesmo quando o mundo quer me calar. Meu nome! não vem de livro santo nem de registro batizado em branco. Ele veio no sopro da parteira, na reza de minha avó no canto rouco de um atabaque. Tentaram me chamar de José, mas eu era Ogum. Tentaram me chamar de Maria, mas eu era Dandara. Me chamaram de mulata, de morena, de “exótica”... mas meu nome era PRETA. E preta ficou. E quando chegar o tempo do descanso, quando meu corpo cansado baixar no colo da terra, quero que escrevam com fogo em minha lápide: “Aqui jaz quem nunca se deixou renomear.”
Edna Maria
Enviado por Edna Maria em 12/06/2025
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