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Espelho Torto
quando me vi
já não era eu era o que o outro via e isso doía me chamaram de errada porque minha pele falava alto demais no silêncio deles me ensinaram a calar o cabelo a baixar os olhos a andar pequeno me vi pelas lentes deles e vi um monstro — mas era só uma deusa sem altar fui me esquecendo no reflexo branco até que um dia o tambor me chamou e o som era meu o som era eu e me reencontrei preta, inteira, viva
Edna Maria
Enviado por Edna Maria em 12/06/2025
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